RBS 70: uma trajetória de inovação para a defesa antiaérea do Brasil
Para sediar eventos internacionais de grande porte nesta última década e enfrentar os desafios globais, o Brasil modernizou sua defesa antiaérea com o RBS 70, da Saab. O General de Brigada Antonio Bispo de Oliveira Filho, Comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, conta nesta entrevista como o equipamento tem possibilitado o cumprimento da missão constitucional do Exército Brasileiro.
1. Qual é a missão da primeira brigada de artilharia antiaérea do Exército Brasileiro?
A missão é realizar a defesa antiaérea de pontos e áreas sensíveis em todo território nacional, integrando o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro. E ainda, a nossa brigada aloca os meios necessários para defesa de tropas e instalações na zona de combate, conforme determinado pelo comandante do teatro de operações.
2. Como a Brigada está inserida no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro? Quais tipos de instalações, áreas e pontos sensíveis são protegidos e como funciona a sua integração com as demais Forças Armadas?
A brigada é diretamente subordinada ao Comando Militar do Sudeste, e é estruturada por grupos de artilharia antiaérea que atuam em todas as regiões do país. Conta também com o batalhão de manutenção e suprimento de artilharia antiaérea e com a bateria de comando, responsável pelas ligações. O nosso preparo e o nosso emprego são coordenados pelo Comando de Operações Terrestres.
As nossas unidades antiaéreas são dotadas de sistemas de canhão automático e de misseis portáteis e telecomandados, integrados por radares de busca de fabricação nacional e pelo centro de operações de artilharia antiaérea. Por meio desses centros de operações, nos integramos aos órgãos de controle da Força Aérea Brasileira, que estabelece as medidas de coordenação e de controle do espaço aéreo.
Essa integração é praticada e aperfeiçoada por meio dos adestramentos conjuntos anuais, conduzidos pelo Ministério da Defesa e pelo Comando de Operações Aeroespaciais da FAB.
3. Qual é a importância desse sistema para o cumprimento da missão constitucional do Exército Brasileiro, considerando a sua tecnologia e modernidade? De que forma ele contribui para a manutenção da soberania e da segurança nacional?
A multiplicidade de meios de nossas unidades antiaéreas, como canhões automáticos e mísseis, nos permite atuar tanto na defesa de instalações fixas no território nacional quanto na de tropas e instalações na zona de combate. Nesse contexto, o sistema de míssil telecomandado RBS 70 nos proporciona grande flexibilidade de utilização pela facilidade de transporte aéreo, terrestre e fluvial, por intermédio de embarcações, aeronaves e veículos de pequeno porte.
O sistema de míssil telecomandado RBS 70 que dota as nossas unidades de artilharia antiaérea em todo Brasil, pela sua modernidade e flexibilidade, contribui sobremaneira para o cumprimento da nossa destinação constitucional. Ele permite o adestramento da tropa, garante a liberdade de manobra para a força terrestre em campanha e, também a defesa efetiva, quando necessário, das nossas infraestruturas fixas críticas nacionais.
4. De que forma o RBS 70 contribui para o cumprimento da missão de defesa antiaérea, especialmente num cenário tático e moderno? Quais são as principais características deste equipamento?
O fato do míssil RBS 70 ser telecomandado nos proporciona uma grande segurança no seu emprego, pois o atirador tem maior precisão no disparo e acompanha esse míssil até o final de sua trajetória. E sua capacidade noturna garante flexibilidade de uso, particularmente em operações de não guerra, como as que ocorreram durante a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Nesses eventos de grande porte, por exemplo, ele foi utilizado na defesa antiaérea de estádios e locais das diversas competições.
5. O Exército possui unidades de RBS 70 fora da 1ª Bda AAAe? O sistema se adequa facilmente nesses ambientes, do frio ao calor e elevada umidade?
Pelas dimensões continentais do país, nossas regiões apresentam diversos ambientes operacionais, com diferenças de temperatura, altitude, vegetação, umidade, entre outros aspectos. Nesse contexto, nossos grupos antiaéreos e baterias realizam o adestramento com disparos reais com míssil em ambientes de cerrado, regiões litorâneas e, mais recentemente, na Região Amazônica. Assim, o equipamento da Saab tem demonstrado grande eficiência e confiabilidade.
Outro aspecto a salientar é na área de ensino. Hoje, todos os grupos antiaéreos têm um simulador em suas instalações. Isso possibilita a padronização de procedimentos e o adestramento constante, permitindo o contínuo preparo para o disparo real quando necessário.
Além disso, o nosso batalhão de manutenção e suprimento de artilharia antiaérea conta com bancadas de teste e ferramental adequados, e recebe visitas anuais da Saab, com capacitação e acompanhamento, isso nos tem permitido uma disponibilidade de 100% de todo material, tanto dos postos de tiro, quanto dos simuladores.