Na caça da imagem perfeita
A imagem do primeiro Gripen E brasileiro durante o seu voo inaugural foi vista por pessoas do mundo todo. Conversamos com a pessoa por trás da foto e ele nos contou tudo sobre fotografia aérea. Conheça o mundo com os olhos de Linus Svensson.
Se você perguntar aos nossos seguidores do Instagram por que eles seguem o perfil da Saab, é provável que alguns respondam que é pelas imagens bonitas de aviões de caça. Afinal, a Saab se consolidou principalmente como uma companhia de aviões nos anos 1930 e a arte de desenvolver belos aviões está no nosso DNA. Algumas dessas fotos são feitas por Linus Svensson, gerente de comunicação visual e fotógrafo da Saab, e por Stefan Kalm, fotógrafo da Saab. Batemos um papo com Linus, que recentemente voou ao lado e acima (de cabeça para baixo) do novo Gripen E brasileiro e tirou essa imagem icônica do novo caça do Brasil.
Grandes fotos não são tiradas por acaso
Quando se fala em fotografia aérea, cliques aleatórios, ao acaso, não são a melhor estratégia e não dependem do fotógrafo. Linus explica que envolver toda a tripulação e dar instruções específicas a todos é fundamental.
“O planejamento é fundamental quando se trata de fotografar aviões. Comparando com outros tipos de fotografia, não tenho a possibilidade de me mover e inclinar a câmera com liberdade nem mesmo de mexer a cabeça livremente, devido a força gravitacional. Para conseguir o que preciso, é necessário estar em total sincronia com os pilotos, além de ter sempre na cabeça os objetivos da empresa”.
Isso significa que o piloto é igualmente parte do processo de produção da foto, pois o fotógrafo só pode capturar o que o piloto traz para o campo da lente.
Conduzindo um caça e seus arredores
Quando voamos, são dadas instruções completas antes da decolagem. Quando finalmente chega a hora de fotografar, Linus se torna o condutor de todos os aviões envolvidos.
Ele continua:
Há ainda outros tipos de variação que precisamos levar em consideração. Talvez você ache que um céu azul e limpo seja a condição perfeita para fotografar aviões mas não é bem assim.
“Sem nuvens fica difícil conseguir uma profundidade na imagem. Quando estávamos fotografando o Gripen E brasileiro, avistamos algumas nuvens no horizonte e isso é sempre bom. Fomos lá e o piloto, Henrik Wänseth, nos colocou bem acima do avião brasileiro, fez um giro muito suave e devagar, fazendo com que ficássemos invertidos por alguns segundos – e lá estava, o momento que estava esperando. Foi só focar e finalmente... click! Às vezes eu sinto instantaneamente que consegui a foto perfeita. Essa sensação realmente me deu um arrepio, só de falar nisso eu já sinto o mesmo”, relata Linus com um sorriso de satisfação no rosto.
Na sua opinião, quais os principais desafios em fotografar caças?
O quanto há de edição nas suas fotos?
Essa última imagem do Gripen E brasileiro recebeu muitos elogios. Qual foi a sua reação?
“Claro que me sinto lisonjeado. Porém, houve um trabalho de equipe fantástico, e não estou falando somente da tripulação, mas de todos que participaram dessa empreitada, bem como meu colega Stefan, meu mentor e coach desde que comecei na Saab. Sinto-me privilegiado com essa tarefa e grato por esse trabalho ter sido confiado a mim. Fazer parte de um evento como esse é realmente um privilégio”.Nos fones de ouvido de Linus
Fotografar aviões geralmente exige inspiração. É assim que Linus busca energia para um dia inteiro de trabalho nas nuvens.
Equipamento fotográfico
Câmera: Canon 5DR, que oferece a relação ideal entre peso/qualidade de imagem. Claro, eu gostaria de uma Hasselblad, mas não acho que conseguiria segurá-la durante um giro brusco. Desejo câmeras leves e sem espelho, com alta velocidade de disparos contínuos.
Lentes escolhidas: A lente Canon 24-105 mm faz um ótimo trabalho e é super versátil. Posso levar somente uma lente, e a oportunidade de fotografar de longe e de perto é recompensadora. Se eu fosse um pouco mais forte eu teria escolhido a lente Sigma 105 mm – precisão fantástica, porém uma peça muito pesada.